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Blog Parasita Files : E ae Poney, valeu por ter aceitado a entrevista...sei que voce não tem muito tempo livre! Valeu mesmo. Como você começou a se interessar pelo rock? Conte ae sua história.
Poney : Eu que agradeço, sobrinho do Orfeu! Na verdade, desde que voltei da turnê, tempo livre é só o que tenho (leia: vagabundo) , ainda mais para responder entrevistas agradáveis e diferentes como essa. Então, se voltarmos a 1990 vamos encontrar um muleque de 5 anos colecionando fitinhas K7 do rei, Michael Jackson. Véspera de sair Dangerous, clip com Macauly Culkin, tempos empolgantes aqueles. Tempos depois, o muleque foi crescendo, virou um gordinho nerd e pegou a ressaca do grunge e a explosão das bandas do poppy punk. Green Day, Offspring, essas coisas. Entre 95 e 96, uns 9, 10 anos. Escutava tudo que era porcaria que passava na MTV, de Bush a Presidents of United States of America (alguém aí lembra dessas bandas?). Um ano depois, Satanás mirou no meu coração, e ouvi o The Number of the Beast pela primeira vez e minha vida começou a sair do trilho. Comprei o álbum preto do Metallica e logo depois descobri com o Capaça, a beleza crua do Kill'em All. Daí foi Sepultura, Slayer e aquele camino natural todo. No final das contas, com 14 anos, em vez de sair para conhecer garotas, eu saía era em busca de discos de vinil do Annihilator em sebos empoirados da cidade. Valeu. Acho.
BPF : E, assim velho, nessa trajetória aí, tu ouviu muitas bandas, viu muita gente tocar. Tem alguém, ou alguma banda te influência pra caralho na hora de tocar?
Poney : Daqui de Brasília, minha referência maior é esse meio do caminho entre metal e punk trilhados por muitos antes de nós e que certa maneira deu base pra toda a cena que a gente ajudou a construir aqui na cidade. Tô falando de gente como Fellipe CDC com zines como o Protectors of Noise e bandas como o Death Slam, e os caras do DFC que sempre tocaram hardcore ouvindo Slayer mandando cover do DRI. Com relação à músico, eu não tenho nenhum de cabeça, toco mal pra caralho (risos), gosto do Dee Dee Ramone, gosto do jeito como os caras do WHN? agitam. Me amarro na samambaia do Danny Lilker, na simpatia do Barney e na loucura epiléptica dos bons tempos do HR. Ah! tem as corridinhas do Scott Ian, que são (eram?) demais, né?
BPF : Em todo esse tempo de rock ,no cenário underground, você tem alguma história cabrera pra contar pra gurizada do Parasita? Os doidão que puxam facas em show e etc...hehehehe
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BPF : Na internet muita gente baixa mp3. A maioria acaba não comprando os cds, não dão apoio para as bandas nacionais. A internet ajuda na divulgação de muita banda underground, mas também atrapalha muito com esses lances de Napster e tal. Qual é a sua opinião? A internet ajuda ou atrapalha?
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BPF : Sobre suas bandas, começando pelo Violator: Vocês pretentem lançar algo esse ano? Como foi a tour "Thrashin United"? Foi bom tocar fora do Brasil?
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P : Legal, pretendemos sim! Temos alguns lançamentos planejados! Mais um EP só do Violator, em que a gente possa trabalhar um tema só de maneira lírica e estética. Um split com os crossover maníacos do Bandanos e se tudo der certo, um DVD que não pode ser filmado em outro canto que não seja nossa brasa city querida. A turnê? Foi tudo do caralho! Tocar fora do Brasil foi muito foda, tiveram shows realmente inacreditáveis, a gente gosta de tocar, seja aonde for. Se tiver maníacos se jogando um por cima dos outros tá valendo. A turnê foi algo muito intenso em nossas vidas, cinco meses tocando todos os finais de semana, nove países, 50 shows, foi viver de sonho e se alimentar de thrash. Você volta meio deprimido com a perspectiva de ter que trabalhar/estudar e voltar a ser uma pecinha no funcionamento do sistema. Mas beleza, não vejo a hora de me jogar na estrada de novo.
BPF : Sobre o "Scumbag" : Como surgiu a idéia de fazer uma banda de grind? E a demo, quando poderemos ter em mãos?
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BPF : Possuido pelo Cão : A pergunta que não quer calar, o cd sai ou nao sai? Quais são as expectativas para esse ano? Muitos shows, uma turnê?
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BPF : Todo mundo sabe que viver de Rock no Brasil é meio difícil, a não ser que voce tenha uma banda que toca no faustão, gugu, esse tipo de coisa. O que você faz fora do rock pra se sustentar?
P : Então, eu moro com a minha mãe! (risos) Tô com 22 anos, me formei em jornalismo, achei esse mundo da comunicação uma dis-graça, larguei tudo e fui viver de rock por 6 meses na américa do sul. Voltei agora e tô fazendo uma pós-graduação em Filosofia. Desempregado e sem muito ânimo de procurar trabalho. Vou fazer alguns concursos, mas só por desencargo de consciência. Tenho tentado viver com pouco e gastar pouco. Me imagino como professor no futuro, talvez seja uma maneira mais honesta de fazer dinheiro e se sustentar. Também tenho planos de uma lojinha, espero que dê certo. Mas na real mesmo, é que todo esse papo de imaginar o dinheiro fazendo as coisas rodarem me deixa meio enjoado, não sei lidar bem com isso.
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